- Início
- Agricultura
- Comitiva catarinense, com participação da Cidasc, alerta sobre impactos aos fumicultores com medidas propostas na COP 11, na Suíça
Comitiva catarinense, com participação da Cidasc, alerta sobre impactos aos fumicultores com medidas propostas na COP 11, na Suíça
Mais de 40 mil famílias catarinenses se dedicam à produção do fumo
Redação RWTV - Alto Vale

A Conferência das Partes (COP 11), da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, está em curso em Genebra, na Suíça, de 17 a 22 de novembro. O evento é coordenado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e visa banir o consumo de cigarros e outros tipos de fumo, por seus efeitos nocivos à saúde humana.
No entanto, há impactos econômicos que precisam ser considerados, pois a proibição atingirá milhares de produtores rurais que sustentam suas famílias com o plantio do tabaco. Na última safra, Santa Catarina respondeu por 31% da produção de fumo no país, com o trabalho de mais de 40 mil famílias em pequenas propriedades.
A presidente da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), Celles Regina de Matos, está na Suíça, representando o Governo do Estado na defesa dos fumicultores catarinenses. Também compõem a delegação catarinense o deputado federal Rafael Pezenti e o prefeito de Mafra, Emerson Maas, pois o Planalto Norte Catarinense é uma das regiões que sofreria forte impacto econômico com sanções ou sem o plantio de fumo. Há também representantes de órgãos estaduais e parlamentares do Rio Grande do Sul e da Bahia, assim como entidades empresariais e de trabalhadores do setor fumageiro.
Esta comitiva do poder público e setor produtivo de SC, RS e BA não pode participar dos debates da COP 11. A representação do governo brasileiro com assento na conferência se posicionou favoravelmente às ações propostas na Cop 11, inclusive trouxe a sugestão de retirar o filtro dos cigarros para diminuir o consumo. “Nossa comitiva avalia que esta medida só vai favorecer o consumo clandestino e, como esta é uma COP em atenção à saúde, é uma ação contraditória”, afirma Celles Regina de Matos.
Para a presidente da Cidasc, é também contraditório que a conferência não tenha aberto espaço para o debate, ouvindo a preocupação legítima dos produtores rurais com a manutenção das pequenas propriedades rurais, nas quais muitas vezes o plantio do fumo é o único cultivo viável para o sustento da família. “A questão da saúde é importante sim, e não fazemos apologia ao consumo de fumo, mas sabemos da relevância social e econômica desta produção, que precisa ser levada em consideração”, pondera Celles Regina de Matos.
Mesmo sem acesso ao plenário em que os debates ocorrem, a comitiva catarinense tem mantido contato com parlamentares da União Europeia e diplomatas, expondo o ponto de vista das regiões produtoras. O Governo do Estado considera que os fumicultores contribuem para a economia catarinense e não aceita decisões tomadas de forma unilateral, sem discussão de alternativas que resguardem os interesses do produtor rural e sua permanência na atividade agrícola.


